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Bàbálòrísá Wesley de Oxum

Olori Egbe Asé Ypondá, 30 anos, Casado, Empresário e Psicólogo. Presidente da confraria LGBTQI+ da cidade de Embu Guaçu.

Asé Ypondá tem sua matriz em Embu Guaçu, filial na praia do sonho em Itanhaém e 14 casas descendentes espalhadas dentro e fora do Brasil. Nascido dentro do sagrado, Baba Wesley de Oxum, exerce dentro de sua casa diversos serviços sociais, alguns deles são, setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul, ação de alimentos para pessoas em situação de rua, plano de resgate para adictos e assistência psicológica dentre outras ações abordadas dentro da família Ypondá.

TRANSEXUALIDADE POR DETRÁS DO MARIWO

O Brasil mantém a posição de país que mais mata transexuais no mundo, à frente do México e os Estados Unidos, segundo a ONG Transgender Europe (TGEU), que monitora 71 países. 

 

O relatório da Antra segue a metodologia dessa organização europeia. Segundo a reportagem de Luciana de Oliveira (2021). 
Em um cenário com uma política completamente de brancos, heteronormativos e “Cristãos “é muito comum ver, qualquer categoria de desrespeito contra quem não se enquadra  nos padrões para muitos “comum”, mas isso não é para TODOS.


Hoje vamos falar da transexualidade no candomblé. Para isso vejamos e refletimos um pouco mais o passado para podermos entender, de maneira sútil desconstruir a ideia arcaica, enfim vamos reverberar o que está por detrás do Mariwo. 


Vejamos no início do candomblé no Brasil apenas mulheres tinham o poder da mediunidade, ou seja, no dito popular “rodante”. Isso era função de mulher e de forma alguma poderia a mulher ser branca, aliás branco não servia nem para tocar atabaque quem dirá incorporar. 


Na enorme mãe África temos cultos e orixás espalhados em diversas regiões distantes e que não se relacionam, quando o candomblé chegou ao Brasil foi inserido em um só coração cada energia dessas regiões africanas, naquele exato momento a maior prova de que mesmo que, não somos iguais um ao outro, podemos sim, viver em comunhão.


O tempo se passou e homens foi desenvolvendo dons de incorporação aqui no Brasil no candomblé, pois em algumas culturas indígenas isso já era muito comum.  Nesse tempo houve perseguição e mesmo com todo sofrimento foi entrando, brancos, oficiais da lei, entrou pessoas com enorme poder político e o candomblé foi ganhando espaço como uma tradição e religião. 


O candomblé não tem uma cartilha para ser seguida, mas temos a herança ancestral, que nos deixaram a certeza que candomblé é sim para todos aqueles que sentem o chamado. O candomblé tem como sua maior base o culto à Orí, sendo esse mesmo sem sexo, apenas nossa fonte de energia, quando somos enviados para à terra, um destino já é traçado em nossas vidas, ajoelhamos e recebemos. 

O que muitos devem estar se perguntando é o que tudo isso tem a ver com a transexualidade? A resposta é única, absolutamente tudo! Nossos ancestrais deixaram um legado de costumes, que sem as pessoas perceberem muitos foram se perdendo, pois, a tradição não resistiria se não acompanhasse a evolução da sociedade.


Exemplo disso é a iniciação que se reduziu os dias, basicamente se levaria um ano para terminar os processos de iniciação, mantendo a pessoa na casa de candomblé. Mas hoje qual casa pode manter isso com o custo de vida alto que temos? Com tantas perguntas as respostas de muitos sempre será, que não tem problema ser trans desde que na casa de candomblé seja utilizado vestes conforme o sexo que veio ao mundo.


O que muitos  não sabem e defendem essa caracterização vestiaria, é que são vestes europeias, herança portuguesa que nada teria a ver com as vestes africanas, Deuses e Deusas passaram a se vestir com essas roupas, para haver uma evolução. 


O conceito transexual surge no Brasil em 1971, mas isso não significa que já não existia, textos sumérios e acadianos de 4500 anos atrás documentam sacerdotes transgêneros ou travestis conhecidos como gala e por outros nomes. Heliogábalo (falecido em 222), preferia ser chamado dama, e não de lorde, procurou uma cirurgia de redesignação de sexo sendo percebido como uma das primeiras figuras trans da história. Na África também não difere, existem diversos relatos da transexualidade há centenas de anos. 


O que se deve compreender, que a pessoa trans não é um conceito de um homem que quer vestir de mulher ou uma mulher que queira se vestir de homem, são pessoas que não se reconhecem biologicamente e externizam sua verdadeira identidade.


Se isso vem de dentro, do nascimento, sabemos que essa condição antecede sua vinda ao Aye (terra). Parte 01

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