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Novembro em Alagoas: Mês da Consciência Negra une fé, resistência e luta por direitos

  • Foto do escritor: jornaldoaxe
    jornaldoaxe
  • há 2 horas
  • 2 min de leitura
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Alagoas se prepara para viver um novembro de intensidade, fé e resistência. O mês da Consciência Negra, que homenageia a memória de Zumbi dos Palmares, é celebrado em todo o estado com uma série de ações que reafirmam o orgulho, a ancestralidade e o poder do povo negro.


Com o apoio do Governo de Alagoas, a celebração ganha força já na madrugada do dia 20, quando um grande comboio parte rumo à Serra da Barriga, em União dos Palmares — berço da liberdade negra no Brasil.


São 31 vans saindo da capital e outras 6 do interior, levando religiosos e religiosas de matriz africana com um único propósito: fortalecer a conexão entre a fé e a luta por igualdade racial.

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A subida à Serra é mais do que um ato simbólico. É um ritual de resistência. A cada passo, cada cântico e cada toque de atabaque ecoa a lembrança de um povo que nunca se curvou diante da opressão. Ali, na terra sagrada de Zumbi, a memória se transforma em movimento, e o passado inspira novas gerações na construção de um futuro mais justo.


Mas as ações do mês vão além das homenagens. As mulheres negras alagoanas se organizam com protagonismo e solidariedade. No dia 9, realizam uma grande feijoada beneficente, com o objetivo de arrecadar recursos para garantir a presença das alagoanas na Marcha Nacional das Mulheres Negras 2025, que acontecerá em Brasília no dia 25 de novembro.


O evento promete reunir mais de 1 milhão de mulheres negras de todo o Brasil, em um ato histórico que ecoará por décadas. A Marcha é um grito coletivo por reparação, bem viver e combate ao racismo, ao sexismo e à violência — uma continuidade da luta de Dandara, Luísa Mahin e tantas outras mulheres que abriram caminho com coragem e amor pelo seu povo.


E quando o assunto é cultura, a Patacurí, Organização da Sociedade Civil e produtora cultural reconhecida por seu compromisso com a ancestralidade, também marca presença. No dia 3 de novembro, em Maceió, lança o projeto “Patacurí – Circuito Axé de Terreiro em Terreiro: Saiba Seus Direitos”, uma poderosa iniciativa de Letramento Legal


Antirracista voltada aos terreiros de matriz africana de Alagoas.

O projeto busca orientar lideranças e comunidades religiosas sobre direitos civis, liberdade de culto e enfrentamento à intolerância religiosa — pilares fundamentais na luta por respeito e cidadania.

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Assim, novembro em Alagoas não é apenas um mês de celebração. É um tempo de memória, mobilização e reafirmação da identidade negra. É o momento em que fé, cultura e política caminham juntas, mostrando que a história não é algo distante — ela vive em cada gesto, em cada terreiro e em cada mulher e homem que seguem erguendo o legado de Zumbi e Dandara.


Porque celebrar é resistir. E resistir é continuar escrevendo a história.


✍️ Por Ekedy Nadja Cabral – Jornal do Axé Foto: Wagner Mendes

Foto: Amaurício de Jesus

Foto: Amanda Balbino

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