Obrigações de Cecília Romam Guimarães, uma Jornada de Fé e Perseverança
- jornaldoaxe
- 17 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de mar.
Uma história de resistência e superação no Candomblé chega a um marco emocionante
Vamos iniciar esta matéria com uma história que retrata, de forma criativa e envolvente, a realidade de uma caminhada de fé. Tenha paciência, leia com atenção e respeito. E quem sabe, mais do que se emocionar, você possa sentir o chamado e aceitar o convite que segue abaixo. Havia uma menina nascida das águas de Yemanjá, envolta na proteção de sua mãe, que lhe ensinava sobre os ventos, as tempestades e a força do destino. Ainda pequena, foi entregue aos pés do Orixá, diante dos olhos de sábios sacerdotes, que ali testemunharam o início de sua jornada. Mas o caminho da fé nem sempre é um mar calmo.
Os ventos de Iansã, que deveriam lhe trazer proteção, foram levados antes do tempo. Sem sua guia mais preciosa, ela viu-se diante de um mundo que nem sempre honra a verdade.
O fogo que deveria aquecê-la também queimava. O que deveria ser amor e proteção tornou-se provação. A menina aprendeu cedo que a fé não é só um dom – é uma luta diária.
Os caminhos se cruzaram, se romperam, se refizeram.
Ogum a fortaleceu para que não temesse as batalhas, pois toda guerreira precisa conhecer a guerra para entender a paz. Xangô a guiou pelo equilíbrio, mostrando que a justiça pode tardar, mas jamais falha. Oxóssi, o caçador silencioso, preparou-a para esperar o momento certo de lançar sua flecha.
E então, no tempo de Orunmilá, no exato momento em que os destinos se alinham e as máscaras caem, a menina encontrou o verdadeiro lar de sua fé. Não porque desistiu, não porque se perdeu, mas porque soube esperar. Porque aprendeu que quem carrega a verdade não precisa gritar para ser ouvido.
Agora, chegou o tempo da colheita. O que foi plantado com dor será colhido com dignidade. O que foi quebrado, será refeito pelas mãos do sagrado. Porque na casa de Axé, quem caminha com verdade nunca caminha só.
Que esta história sirva de ensinamento aos que ainda se perdem pelo medo, aos que hesitam diante da incerteza, e principalmente àqueles que tentam julgar o destino de outro sem conhecer os caminhos que ele percorreu. Pois o tempo e o Orixá sempre se encarregam de devolver a cada um aquilo que lhe pertence.
E agora, diante do grande altar da fé, chegou a hora da consagração. Porque tudo o que foi prometido pelo destino se cumpre no tempo certo. Axé! 🔱

No próximo dia 29 de março de 2025, às 18h30, a fé, a tradição e a resiliência darão o tom de uma celebração histórica. Cecília Romam Guimarães, filha de Yemanjá, convida toda a comunidade religiosa para testemunhar sua saída de obrigações de 7 anos (ODUN EJÉ), um momento que simboliza não apenas sua devoção, mas também uma trajetória marcada por desafios, recomeços e, acima de tudo, coragem.
A história de Cecília no Candomblé começou cedo. Aos 7 anos de idade, ao lado de sua Mãe Roseli D’Iansã (in memoriam), ambas foram iniciadas e apresentadas ao Orixá em uma cerimônia memorável, sob os olhares atentos de dezenas de religiosos. Entre eles, destacam-se Babalorixá Kaobaquessi D’Xangô (in memoriam), Yalorixá Neinha D’Nanã, Yalorixá Luizinha D’Nanã e sua família, Mejitó Dancy (in memoriam), Egbommy Conceição Reis, Babalorixá Gamby D’Xangô, entre outros. No dia 12 de dezembro de 2012, um ciclo se iniciava, carregado de promessas e expectativas.
Porém, o destino reserva caminhos inesperados. Após dois anos de iniciação, os laços com seu então Babalorixá Edson D’Oxum se romperam, e sua confirmação de 1 ano só veio a ser realizada em 2021 pelo Babalorixá Paulo D’Oxóssi. Mas os desafios não cessaram.
Novos obstáculos surgiram, testando sua fé e sua força. Oportunismos, traições e aproveitamento, falta de respeito que se colocaram em seu caminho. Situações que nenhuma criança deveria enfrentar, mas que, infelizmente, fazem parte de um mundo onde nem todos seguem os valores que pregam e não são verdadeiros com quem sempre foi leal.
Diante das adversidades, Cecília não se rendeu. Seguiu os conselhos de quem sempre esteve ao seu lado e confiou na promessa de que “o tempo é senhor da verdade e dará a cada um o que for de merecimento”.
Em 2023, encontrou finalmente o destino que sempre foi seu, passando a cumprir sua caminhada na casa Ilê Asé Edun Ará Okun, sob os ensinamentos e proteção do Babalorixá Gamby Ty Sangó. Agora, 12 anos depois de sua primeira iniciação, mas respeitando o tempo certo e sem atropelos, ela realiza sua obrigação de 7 anos na festa de Oxóssi (Odé), o grande guardião dos caminhos e protetor do Ori.
Este evento não é apenas uma celebração, é um testemunho de resistência, fé e justiça. A história de Cecília é um alerta para todos que já enfrentaram provações no caminho religioso. É um chamado para aqueles que valorizam a verdade, a honra e o compromisso com o sagrado.
Agora, ela convida amigos, familiares e irmãos de fé para estarem presentes neste momento único. Sua presença importa. Não importa sua visão, sua história ou seus caminhos. O que importa é a fé e o respeito por uma trajetória que se manteve firme, mesmo diante de tantas tentações e dificuldades.
📅 Dia: 29 de março de 2025⏰ Horário: 18h30
Que essa festa seja um reencontro com nossa fé e nossa essência! Axé!
FOTOS DO ÍNICIO ATÉ DIAS DE HOJE PREPARADA PARA DIA 29 DE MARÇOS 2025
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Que o axé esteja sempre presente quando a desigualdade falar tentando calar nossa voz
Axé!
Quero deixar felicidades e sabedoria no seus 7 anos que não é fácil acabei de completar o meu com 6 anos de atraso somos Fortes e resistênte !
Parabéns pela sua caminhada
Minha linda princesa te amo muito e que Deus te guarde em cada um dos seus caminhos,sonhos,desejos e planos ... minha filha de coração que Deus seja o centro te amo
A caminhada é árdua porém gratificante, que seja um Odum de muita prosperidade pra vc querida, abraços
Yalorixá Sonia D'oya