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Federação Afro Brasil chega a Maceió: Pai Gamby e Ekedy Nadja abraçam e legalizam os terreiros alagoanos"

  • Foto do escritor: jornaldoaxe
    jornaldoaxe
  • há 15 horas
  • 3 min de leitura

No sábado, dia 15 de junho, mesmo com a chuva em Alagoas, o brilho da missão espiritual da Federação Afro Brasil não se apagou. Ao contrário — foi dia de abrir caminhos, fortalecer alianças e reafirmar o compromisso com os filhos e filhas do Axé.À frente da jornada, estavam o Babalorixá Gamby Ty Sango, presidente da Federação, Ekede Andria como assessora e a Ekedy Nadja representante em Maceió, que com firmeza e acolhimento, conduziram um dia histórico de visitas às casas sagradas em Maceió e Pilar.


A primeira parada foi na casa da Mãe Janaína de Oyá, uma mulher de carisma forte e presença marcante. Mesmo sem estar em festa naquele dia — já que o candomblé havia sido realizado na semana anterior — a casa nos recebeu com energia viva e acolhimento verdadeiro.Mãe Janaína é conhecida pelo seu envolvimento com a comunidade e a Secretaria de Cultura de Pilar, e recebeu a comitiva com sorriso largo, palavras doces e um Axé que transbordava em cada gesto.

“Ela é daquelas lideranças que não apenas representam o Axé, mas vivem o Axé em tudo o que fazem”, disse Pai Gamby.

Na ocasião, a Iaquekerê da casa e a mãe carnal de Mãe Janaína também se fizeram presentes, mostrando que naquela casa o sagrado caminha em família e ancestralidade. Um momento de silêncio espiritual e respeito mútuo. Uma casa sem tambor naquele dia, mas repleta de fundamento.


Seguimos então para a segunda visita: o Ilê Oyá Messan Orum, da Mãe Flávia de Oyá, também na cidade de Pilar. Logo na chegada, fomos presenteados com uma apresentação cultural do afoxé da casa, que abriu os caminhos com cantos e toques em homenagem a Xangô.


O candomblé daquela noite foi forte, vibrante e muito bem conduzido. A casa de muito axé e carregada de espiritualidade. Houve fogueira, saída de presente para Xangô, dança de Oyá… e depois, como manda o costume, uma rabada saborosa para alimentar os corpos que já estavam nutridos de Axé.


Mas o destaque ali foi além do ritual. Mãe Flávia também realiza um trabalho social admirável: distribui sopa para famílias carentes da região. E, em apoio a essa causa, a Federação Afro Brasil entregou um fardo de macarrão, como incentivo a essa missão de partilha e cuidado.

“Pode parecer pouco, mas é um gesto que diz: estamos com você, não desista.”

A noite ainda contou com uma apresentação inusitada de jovens da casa — um espetáculo de sapateado de fogo, encerrando a celebração com alegria e arte.


Por fim, chegamos à última visita do dia: a casa do Pai Adriano de Oxumarê e do Pai Wellington de Ogum, já de volta a Maceió. Mesmo com a forte chuva, a energia ali era de festa, Axé e profunda receptividade. Na chegada, fomos saudados com o Alujá para Xangô, tocado antes mesmo de adentrar o barracão.


A recepção foi emocionante: a família de santo reunida, a mesa posta com fartura, o olhar vibrante de quem reconhece a importância de estarmos ali. Não foi preciso dizer muito — o gesto falou mais alto.

“Eles abraçaram a Afro Brasil de coração. E isso é o que nos move: saber que estamos onde somos esperados com respeito”, compartilhou Pai Gamby.

Em meio às conversas, Pai Adriano e Pai Wellington falaram da transformação que a legalização religiosa tem trazido para suas caminhadas. E a chuva que caía lá fora… apenas abençoava aquele encontro de fé, dignidade e ancestralidade.


Essas três visitas, realizadas num único dia, resumem com perfeição a missão da Federação Afro Brasil: estar presente, orientar, proteger e caminhar junto.A credencial religiosa, o CNPJ para templos religiosos, o suporte jurídico e administrativo — tudo isso só faz sentido quando está a serviço de quem sustenta o Axé com verdade.


E agora, o caminho nos leva ao próximo momento importante: o Encontro dos Religiosos de Axé de Maceió, que será realizado no dia 19 de junho.Um encontro para unir forças, celebrar conquistas, entregar documentos e reforçar o pertencimento coletivo de todos os filhos e filhas do Axé.

“Porque quando o povo de santo caminha unido, nenhuma porta se fecha. E onde há legalidade, há respeito, proteção e permanência.”

A Afro Brasil segue firme. Não como quem dita ordens, mas como quem oferece amparo, escuta e mão estendida.


E que fique claro:

Quando a fé é legalizada, ela floresce.Quando os terreiros são respeitados, eles se expandem.E quando o Axé caminha com dignidade, ninguém fica para trás.

Axé!


 
 
 

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